INTRODUÇÃO
Nosso objetivo inicial era conseguir um galpão mais econômico.
Não estávamos procurando a beleza, nem a elegância, nem uma harmoniosa forma estrutural. Entretanto, com o desenvolvimento desta incansável pesquisa, que durou de 1996 a 2008 e três centenas de galpões construídos, concluímos que uma harmoniosa forma estrutural conduz à economia almejada. As formas feias, deselegantes, são sempre anti-econômicas.
A diferença entre a estática e a estética é sutil. Ambas são filhas da harmonia. E a harmonia se fundamenta na simplicidade das formas, na energia mínima, na ordem geométrica, que inclui a simetria, e na proporção. O nosso universo é um todo organizado e harmônico. E funciona como um relógio mecânico. Lembra do relógio mecânico que a gente usava antigamente, com todas aquelas engrenagens encaixadas umas nas outras? de tal forma que de uma dependem as demais?
Meu mestre de química, Dr. Cristiano Barbosa da Silva, dizia com freqüência que a natureza não se faz aos saltos. A água desce a montanha pelo caminho mais fácil. O conceito de harmonia conduz à energia mínima com que todos os seres se movimentam. As ondas cerebrais são o reflexo do magnetismo geral do sistema solar; os planetas giram em torno do sol e nossos batimentos cardíacos seguem as mesma leis que regem todos os movimentos; a harmonização de todas as coisas traz a simetria ou a perfeita ordem geométrica, o dispêndio mínimo de energia, a leveza e a economia nas formas estruturais. Economia de energia e de materiais na construção de todas as estruturas. Desde a estrutura simétrica da orquídea, à estrutura do caule da palmeira; à estrutura dos cristais e dos quase-cristais. Desta forma, ao construir uma ponte, um edifício ou um simples galpão é necessário seguir a simetria encontrada nos animais, a organização geométrica do nautilus, a proporção de um arranjo floral e a energia mínima das estruturas em equilíbrio.
Vejam que neste texto apareceu uma palavra mágica: proporção! A simetria é fácil de ser notada. Mas, proporção? Que proporção?
Até que, um dia, surgiu-nos a pergunta:
-Estaria a proporção áurea por traz do objetivo inicial desta pesquisa?
É o que vamos mostrar neste pequeno livro. Acompanhe-nos.
Por um mundo melhor!
SUMÁRIO
Estamos denominando GALPÃO AUREO ao galpão cuja forma estrutural baseia-se na proporção áurea, conforme descrito neste trabalho.
Foram projetados e calculados 2 galpões muito utilizados: o galpão de 12m de vão com colunas de 3m, usado aos milhares em avicultura e suinocultura; e o galpão de 20m de vão, colunas de 6m, para armazenagem, oficinas, depósitos, pequenas indústrias, talvez o mais usado neste país.
Os resultados são animadores, comparados com os de projetos similares, convencionais:
-Galpão Áureo de 12mx3m:
-economia de materiais na estrutura de aço de 31 a35%, dependendo da hipótese de vento considerada;
-redução de materiais nas fundações da ordem de 50%;
-redução de 2% no deslocamento horizontal no topo das colunas; redução de 57% no deslocamento vertical na cumeeira do galpão;
-Galpão Áureo de 20mx6m:
-economia de materiais na estrutura de aço da ordem de 25%; adiciona-se a este fato a economia de mão-de-obra na fabricação da estrutura deste galpão, que é muito mais simples;
-redução de materiais nas fundações da ordem de 40%;
-aumento de 7% no deslocamento horizontal no topo das colunas, porem dentro do limite estabelecido; redução de 38% no deslocamento vertical na cumeeira do galpão.
Além do resultado conseguido no cálculo da estrutura de aço dos galpões convencionais, com a adoção do Galpão Áureo, a definição da Terça Áurea abre caminho para a utilização desta solução no cálculo das vigas retas de pontes e mesmo no cálculo das terças de galpões de todos os tipos.
A economia de materiais nas terças de galpões é de 33 %, no galpão de 12m, e de 16% a 20%, no galpão de 20m, dependendo da carga de vento adotada.
LIVRO COMPLETO
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